Psychobooks Sorteia Vida

Mais um sorteio do livro Vida! :) Aproveite! Mas corre, porque a promoção vai só até sexta-feira... O sorteio está sendo organizado pelo blog Psychobooks, e o regulamento pode ser encontrado aqui.

O blog também publicou uma resenha e uma entrevista. Confira um trecho da resenha: "Por trabalhar na área de robótica, Leandro enriqueceu sua trama com detalhes sobre o tema e instigou o leitor a imaginar o que pode nos aguardar no futuro. Em meio a todo o avanço tecnológico que o homem pode vir a alcançar um dia, Leandro nos leva a discutir onde termina o nosso direito de prolongar a vida e se devemos ou não respeitar a morte. Uma discussão ética que pode não estar longe de encararmos."

A entrevista vou colocar aqui na íntegra:

"1) Fale-nos um pouco sobre você. Qual a sua formação e desde quando decidiu que a escrita fazia parte da sua vida?

Sou formado em Ciência da Computação, pela UFMG, e pesquiso sobre Robótica, Inteligência Artificial e Bioinformática. Durante a graduação, fiz também matérias de Literatura e Filosofia, já que a UFMG permite que se estude cursos de outros departamentos. Atualmente estou fazendo mestrado no Japão, em uma tranquila cidade chamada Hakodate.
É difícil dizer quando decidi que a escrita fazia parte da minha vida. Sou apaixonado por livros desde pequeno, graças ao incentivo de minha família. Quando estava na terceira série, vi alguns alunos vendendo livretos na feira do livro da minha escola. Achei a idéia muito interessante, e na quarta série escrevi meu primeiro livro, para vender nessa feira, chamado "Os Caça-Vampiros - Uma História Mirabolante". Foi uma experiência maravilhosa e talvez tenha sido à partir desse evento que decidi que seria escritor.

2) Qual o seu tipo de leitura preferida? Algum autor no qual se espelha?

Em geral eu não gosto muito de "best-sellers", busco sempre livros que sejam de alguma forma uma obra de arte. Gosto de leituras profundas, provocantes, questionadoras, poéticas. Entre meus autores prediletos estão José Saramago, Clarice Lispector, James Joyce, Marcel Proust. Não tento "copiar" o estilo de nenhum desses autores, mas provavelmente eles influenciam minha forma de escrever. Talvez não tanto no livro "Vida", mas no meu próximo projeto, ainda em produção, creio que a influência seja mais evidente. Recentemente, como estou vivendo no Japão, estou lendo mais escritores japoneses, mas minha capacidade com o idioma geralmente não me permite ler nada muito complexo. Mas estou "lutando" com um livro belíssimo chamado "Shirakawayofune" (a versão traduzida em inglês chama-se "Asleep"), de Banana Yoshimoto.

3) "Vida" é um livro que está claramente ambientado no futuro (talvez não tão distante). Pensou nele como uma forma de crítica à banalização do ser-humano e de seus sentimentos?

Acho que não cabe a mim dizer como o livro deve ser interpretado, cada leitor deve encontrar a sua própria forma de ver o romance. O ponto central que me inspirou na composição do livro foi o questionamento do que seja a Vida, mas à partir desse questionamento diversos outros temas foram desenvolvidos. Fica a cargo de cada leitor encontrar suas próprias interpretações.


4) Com apenas um sim ou um não, pra não soltar spoilers para os leitores. A decisão de Luíza é a mesma que você tomaria nas mesmas condições?

Hehehe, não posso responder com apenas um "sim" ou "não", mas também não quero soltar "spoiler" para os leitores. Eu não tenho um julgamento de que a decisão de Luíza é "correta" ou "errada". O objetivo foi provocar o leitor, fazê-lo se questionar. Quis deixá-lo incomodado, para provocar uma reflexão em cima de tudo o que acontece na história. Também é legal deixar o leitor imaginando como seria se Luíza tivesse escolhido de uma forma diferente...

5) No final de toda a resenha, deixamos uma playlist para os leitores. Quais músicas te inspiraram durante a composição do livro?

Em geral eu prefiro o silêncio quando estou escrevendo, mas algumas vezes escuto música. Lembro-me de ter escutado as Quatro Estações durante a composição da segunda versão da cena inicial, e acabou sendo a mesma música que os personagens escutam durante o acidente. Claro, também escutei bolero durante minhas pesquisas para construir a cena da dança. Algumas vezes escutava música clássica, ou alguma música tranquila (de preferência instrumental) que pegava no site Magnatune (http://magnatune.com/). Mas na maior parte do tempo a música me atrapalha um pouco a escrever, e acabo preferindo não escutar nada. O nome da personagem principal me faz lembrar a música "Luíza", de Chico Buarque, mas acho que isso não me influenciou durante a composição do livro.

6) Algum projeto em andamento?

A pergunta que me fiz durante a composição do livro "Vida" foi: "O que é a Vida?" À partir dessa pergunta, fui desenvolvendo todo o romance. A pergunta do meu próximo livro é semelhante, mas dessa vez não procuro mais o que seja a Vida, mas sim o que define a nossa identidade. Meu próximo livro é uma série de contos, onde cada um procura desenvolver uma diferente face do ser humano: a linguagem, a beleza, os desejos, a ética, a razão, a religião, etc. Os contos se inter-relacionam, construindo passo a passo um grande questionamento de nossa noção de identidade. Eu já tenho um título para o livro, mas como ele ainda não está registrado, prefiro não divulgar por enquanto."

Obrigado à equipe do Psychobooks pela resenha, entrevista e sorteio! :)